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18.11.10

Linguagem brasileira

(Que a Academia) viva e se transforme. Que admita nela as coisas desta terra informe, paradoxal, violenta, todas as forças ocultas de nosso caos. São elas que não permitem a língua estratificar-se e que nos afastam do falar português e dão à linguagem brasileira esse maravilhoso encanto da aluvião, do esplendor solar, que a tornam a única expressão verdadeiramente viva e feliz da nossa espiritualidade coletiva. Em vez de tendermos para a unidade literária com Portugal, alarguemos a nossa separação. Não é para perpetuar a vassalagem a Herculano, a Garret e a Camilo, como foi proclamado ao nascer da Academia, que nos reunimos. Não somos a câmara mortuária de Portugal! (José Pereira da Graça Aranha, imortal fundador e rebelde da Academia, 38ª cadeira)

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